O diretor Tim Burton deu entrevista por telefone ao site da MTV, falando sobre seus novos
projetos: “Frankenweenie”, “Abraham Lincoln: Vampire Hunter” e “Dark Shadows”.
Destacamos aqui os trechos em que ele fala sobre “Dark Shadows”, que estreia em maio nos
EUA. Ainda não há data confirmada para o Brasil.
Por Josh Horowitz
Como você está dividindo seu tempo entre os vários projetos?
Com “Frankenweenie”, é um pouco mais fácil de fazer, porque você só tem algumas imagens
chegando a cada dia. É como um processo em câmera lenta. Quando você está lidando com
algo como “Dark Shadows”, que é imediato e intenso. E depois, com “Lincoln”, o [diretor]
Timur [Bekmambetov] é ótimo. Eu estou lá apenas para apoiá-lo. É um projeto que eu
realmente gostava e só queria observar.
Em que estágio de “Dark Shadows” você está agora?
Em pânico. Nessa fase. Nós estamos fazendo a edição e efeitos. Não é uma imagem com
efeitos pesados, mas ainda tem coisas lá. Há um tom estranho para o filme. Isso é sempre o
que é divertido sobre filmes. Você nunca sabe exatamente o que são. Torna-se emocionante
e assustador e por isso você gosta de fazer. Tenho que me manter lembrando isso.
Com mais de 1.200 episódios da série original para recorrer, o que foi importante
manter para você?
Ela tem uma vibração estranha. E não é algo que muitas necessariamente saibam. Você está
tentando fazer uma novela estranha. Senti-me muito sortudo, porque o elenco é muito bom.
Pessoas como Michelle [Pfeiffer] cresceram assistindo. Alguns do elenco conheciam. Alguns
não, mas eles estavam todos dispostos – entrando no espírito estranho do que “Dark
Shadows” foi. Ela tem um estranho senso de melodrama intensificado. Houve uma geração
de nós que corria da escola para casa para vê-la. Isso, provavelmente, porque nós éramos
tão maus alunos. Nós deveríamos ter feito lição de casa e, em vez disso, estávamos
assistindo “Dark Shadows”. Foi difícil colocar em palavras o tom que ela tinha. Tinha uma
seriedade estranha, mas era engraçada de uma maneira que não era realmente engraçado.
Nós apenas tivemos que tatear por dela para encontrar o tom. Nós não fizemos nenhum
ensaio real, porque o elenco entrou em momentos diferentes. Mas havia uma foto antiga do
elenco [original] que eu sempre lembrei então, alguns dias antes de filmar, nós juntamos todo
o elneco para uma foto semelhante, para que todos pudessem ver uns aos outros e sentir
essa vibração de fazer uma foto de grupo. Isso ajudou a definir o tom mais do que qualquer
coisa. Clique para continuar lendo >>>
Algumas das tomadas se passam nos anos 1700, mas a maior parte ocorre em 1972,
não é mesmo?
Sim, ele remonta a 1700, mas é principalmente em 1972, que para a era de “Dark Shadows”
é a era moderna. Para mim, foi um momento assustador.
Será que o filme deixa muito a casa ?
Um pouco, mas a coisa sobre “Dark Shadows”, foi que era um mundo muito hermeticamente
fechado. É principalmente o melodrama familiar interno. Você ganha um pouco de sentido do
mundo, mas é como em “Grey Gardens”, onde essas pessoas estão em seu próprio tipo de
mundo.
Você utiliza a viagem no tempo no filme?
Não muito. Um pouquinho. Para mim, é quando o tipo de programa me fez querer fazer lição
de casa. Eu pensei, espere um minuto! Isso veio perto do final da trilha da série.
Você decidiu não fazer 3-D desta vez?
Não. Está nos anos 70, cara. Apenas “Frankenstein’s Bloody Terror” foi em 3-D. Esse é o
único que eu lembro daquele tempo.